O brutal aumento de preços e o brutal corte nos salários impostos a utentes e trabalhadores, apenas têm servido para aumentar os lucros da banca, em virtude de uma dívida que continua a aumentar devido às opções dos governos de transferirem para as empresas públicas, as obrigações que competem ao Estado e em virtude também dos ruinosos contractos “swaps” que custam ao ML mais de mil milhões de euros.

Esta realidade tem degradado as condições do serviço prestado, assim como as condições de vida e trabalho daqueles que, diariamente, se empenham na oferta de um serviço com o máximo de qualidade e segurança, apesar de todas as dificuldades impostas.

É contra isto que os trabalhadores do ML lutam presentemente e por isso estiveram em greve no passado dia 8 e marcaram nova luta para hoje.

Nas situações de greve os trabalhadores estão confrontados com as decisões de um Tribunal Arbitral relativamente aos serviços mínimos. Para a greve do passado dia 8, a decisão deste órgão foi igual à esmagadora maioria dos acórdãos já fixados, que dizem “que tendo em conta a especificidade deste modo de transporte, a fixação de serviços mínimos nos termos defendidos pela empresa põe em causa as normas mínimas de segurança exigidas para o funcionamento do ML, assim como retira o direito à greve à esmagadora maioria dos trabalhadores desta empresa.”

Para a greve de hoje, a opinião do Tribunal Arbitral, foi totalmente contrária, não tendo em conta a jurisprudência já formada nos termos da própria lei e, decidiu no sentido de obrigar à realização de serviços em tempo de greve, que como é largamente reconhecido decorreriam sem as condições mínimas de segurança, pondo em causa a vida de utentes e trabalhadores e a segurança dos equipamentos.

Os trabalhadores do ML recusam-se a ser coniventes com as irresponsabilidades daqueles que decidem sobre o funcionamento de uma empresa em dia de greve, sem respeitarem os direitos constitucionalmente consagrados e sem conhecerem as normas de segurança impostas ao funcionamento de um transporte subterrâneo.

Assim, decidem transformar o dia 15 de Outubro, num dia de LUTO dos trabalhadores da ML, com a suspensão da greve marcada e apelando aos trabalhadores para usarem um símbolo de luto durante o seu período de trabalho.

Esta decisão tomada pelos trabalhadores no plenário da passada sexta-feira, é complementada com a decisão de retomar-se a luta, na forma de greves, no âmbito da acção mais geral dos trabalhadores dos transportes e comunicações e de acordo com as decisões da reunião das organizações representativas no próximo dia 16.