libia_cppcRealizou-se ontem, em Lisboa, uma concentração contra a agressão imperialista à Líbia. Em frente à embaixada dos EUA, em Lisboa, cerca de 700 pessoas manifestaram-se, contra a intervenção militar exigindo o fim imediato desta agressão em respeito pela independência e soberania deste país. O CPPC e a União dos Sindicatos de Lisboa reafirmam a sua solidariedade com o povo líbio que é a primeira vítima desta agressão. Condena a intervenção imperialista contra a Líbia e exige o fim imediato desta agressão em respeito pela independência e soberania deste país.

Intervenção da CGTP-IN

Caros camaradas e amigos,

Em nome da CGTP, quero saudar todos os amigos da Paz que se deslocaram a esta concentração.

Uma concentração solidária com os trabalhadores e o povo líbio e de denúncia contra mais um atentado à paz e à soberania de um povo e de um país, perpetrado pelos mesmos de sempre, por aqueles que ontem amigos de ditadores e corruptos como Bem Ali e Mubarak, hoje, hipocritamente, se dizem defensores da democracia e dos direitos humanos.

Conhecemo-los, bem como as suas verdadeiras intenções.

Por isso, quero, desde já afirmar a nossa mais veemente condenação deste bárbaro ataque ao povo líbio.

Nesta, como noutras acções belicistas sabemos que só a opinião pública reunida em torno dos objectivos da paz conseguirá travar os intentos imperialistas.

Nesta como noutras acções recentes (Balcãs, Iraque ou Afeganistão) o disfarce para a realização de guerras de agressão e conquista por parte dos Estados Unidos e seus amigos aliados na NATO, tiveram como lema a “Intervenção Humanitária” e ajuda aos povos.

Contudo aquilo a que assistimos foi à destruição da economia desses países, deixando milhares de trabalhadores sem os postos de trabalho. Assistimos à morte de milhares de civis, criminosamente assassinados, mas sempre com a evocação de danos colaterais.

No passado dia 17 de Março, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o voto favorável do Governo português, abriu caminho a uma nova agressão imperialista, desta vez contra a Líbia e o seu povo, em nome de uma suposta “ajuda humanitária”.  Afinal, mais uma guerra de agressão, envolta numa monstruosa hipocrisia.

Algum de nós se esqueceu dos argumentos do imperialismo para justificar as agressões e ocupação do Iraque e do Afeganistão? Algum de nós ignora o número incalculável de vítimas, entre a população civil, causadas por essas guerras ditas “humanitárias”? Algum povo no mundo deve a sua libertação aos bombardeamentos da NATO? NÃO!

É que, são outras, as verdadeiras razões da agressão e da guerra contra o Iraque, o Afeganistão ou a Líbia. O que realmente está em causa são interesses económicos e geo-estratégicos do imperialismo americano e europeu.

O que os motiva é, nomeadamente, o ouro negro - o petróleo – de que a Líbia tem enormes reservas, com as quais satisfaz boa parte das necessidades do Ocidente.    

É preciso dizer NÃO aos senhores da guerra, aos mesmos que são responsáveis pela maior crise mundial desde a década de 30 do século passado, dizer NÃO ao sistema capitalista e à sua sanha destruidora.

E queremos dizer ao governo português, demissionário ou não, que é imperioso que dê cumprimento ao disposto no art.º 7 da Constituição da Republica Portuguesa e na Carta das Nações Unidas, recusando liminarmente a participação de Portugal neste acto de agressão.

Exigimos o fim imediato da agressão e o respeito pela independência e soberania do povo líbio e pelo seu direito de escolher o seu próprio caminho.

E reafirmamos a nossa disponibilidade, hoje e sempre, para dar substância e concretização aos valores da solidariedade e para continuar a agir, a mobilizar, a intervir com vista à construção de um mundo melhor, mais justo, de progresso e de Paz.

Viva os trabalhadores e os povos de todo o mundo!
A luta continua!