cartaz_x_congresso_fnsfpNos dias 30 e 31 de Junho realiza-se, no Instituto Franco Português em Lisboa, o X Congresso da FNSFP, que conta com a participação de cerca de 300 delegados e convidados, entre eles delegações estrangeiras.
Ana Avoila, que realizou a intervenção de abertura, contextualizou a situação social e laboral dos trabalhadores da administração pública nos últimos 4 anos referindo que o X Congresso da FNSFP realiza-se num quadro de ataque violento às funções sociais do Estado e aos trabalhadores que diariamente lhes dão corpo. Desde 2008 que os sucessivos governos encerraram dezenas de serviços, fecharam centenas de escolas, concessionaram hospitais a grupos privados e entregaram outros às mãos das misericórdias, transformaram universidades em fundações privadas, extinguiram organismos, numa fúria economicista cujo o objectivo é a mercantilização e privatização dos serviços públicos.
A redução do défice está a ser feita, fundamentalmente, à custa da redução da despesa com pessoal e da degradação dos Serviços Públicos. Entre Junho de 2008 e Março de 2012 a Administração Central do Estado já perdeu mais de 77 500 trabalhadores – uma redução de 15% - sendo evidente a falta de pessoal. A criação do regime de mobilidade especial foi o primeiro passo no caminho dos despedimentos na função Publica, a juntar ao congelamento dos salários e das progressões na carreira, o corte nas remunerações. A precariedade agravou-se, 1 em cada 6 trabalhadores têm vinculo precário, sem acesso às prestações sociais da Segurança Social, denunciou a Associação de Bolseiros de Investigação Cientifica.
Os ataques aprofundam-se, sucedem-se e não acabam. Os cortes nos salários e o roubo nos subsídios a que se junta o "embrulho" da mobilidade geográfica forçada, que agora o Governo PSD/CDS quer impor, a adaptabilidade, o banco de horas individuais e grupais, mecanismos que o Governo quer introduzir para não pagar trabalho suplementar. A estas propostas os trabalhadores da Função Pública dizem não. Este é um Congresso onde os trabalhadores da administração pública sairão mais fortalecidos na dura batalha que têm pela frente, em defesa da administração pública e dos serviços públicos.