Os cuidados de saúde das grávidas e das crianças não podem ser secundarizados pelo Hospital de Cascais!

A Administração do Hospital de Cascais/PPP, em vez de apostar no reforço e na contratação directa de obstetras e ginecologistas, anunciou recentemente a intenção de substituir estes médicos especialistas pela contratação de médicos de Medicina Geral e Familiar através de empresas de trabalho temporário, para o efeito.

Esta intenção da Parceria Público-Privada (PPP) ameaça colocar em causa a prestação de cuidados de saúde com qualidade e acessíveis para milhares de grávidas e crianças, em especial de mulheres trabalhadoras dos concelhos de Cascais e Sintra.

Não queremos andar para trás!

Um dos contributos fundamentais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para a evolução dos direitos das mulheres e das crianças nesta área, foi a melhoria dos cuidados materno- infantis através da implementação do planeamento familiar nos Centros de Saúde, do acompanhamento dos vários profissionais de saúde, nomeadamente de obstetras e ginecologistas e do facto de a maioria dos partos passar a ser feita nos hospitais e maternidades, o que associado às campanhas de vacinação originaram uma descida acentuada da taxa de mortalidade infantil.

O SNS tem sido alvo de políticas que levaram ao seu subfinanciamento crónico, que associado ao congelamento de carreiras e de salários dos profissionais de saúde, tem levado paulatinamente a que muitos desses profissionais acabem por sair do sector público para o sector privado o qual tem sido crescentemente financiado pelo Estado.

A Saúde não é um negócio, é um direito!

A Comissão Distrital para a Igualdade entre Mulheres e Homens – CDIMH-USL/CGTP-IN, reflectindo as justas aspirações de milhares de trabalhadoras dos concelhos de Cascais e de Sintra, exige o reforço do quadro de pessoal médico do Hospital de Cascais, nomeadamente ginecologistas e obstetras, com vínculo público e permanente, a valorização profissional e remuneratória e a melhoria da qualidade dos serviços prestados à população pois a Saúde é um direito constitucional inalienável.

A Comissão Distrital para a Igualdade entre Mulheres e Homens da USL/CGTP-IN

Lisboa, 7 de Julho de 2021