As trabalhadoras da IPSS Casa do Alecrim, um lar vocacionado para doentes com demência, situado no Estoril, realizaram hoje uma concentração à porta da instituição. A direção desta IPSS, financiada com dinheiro da Segurança Social, alterou de forma unilateral os horários de trabalho, impondo horários fixos às trabalhadoras.
São profissionais que ganham um pouco mais do que o salário mínimo nacional, o que não é suficiente para fazer face ao aumento do custo de vida. A juntar a esta situação, vêm agora a sua remuneração reduzida em cerca de 25% (200 €).
O trabalho desempenhado por estas profissionais dedicadas é essencial no apoio às populações mais vulneráveis, nomeadamente às famílias que não têm condições para cuidar dos seus familiares em casa. São elas que garantem os cuidados adequados, desde a alimentação, higiene e apoio emocional, procurando proporcionar bem-estar a todos os utentes.
Este setor é conhecido pela sobrecarga de trabalho e pela escassez de funcionários, o que muitas vezes obriga um trabalhador a realizar o trabalho de dois, refletindo-se na segurança e na qualidade dos cuidados prestados aos utentes.
A USL esteve presente nesta iniciativa, saudando a coragem destas trabalhadoras ao denunciarem o que se passa dentro destas instituições, e solidarizou-se com a sua luta e as suas justas reivindicações. É fundamental a valorização do trabalho, e é preciso cuidar de quem cuida de nós.
O CESP já denunciou a grave situação à ACT, que ainda não deu qualquer resposta. As trabalhadoras não aceitam esta alteração unilateral dos horários de trabalho e decidiram que continuarão a lutar.