Uma a uma, as importantes empresas estratégicas do nosso País têm vindo a ser entregues aos grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros. A última etapa é a eliminação das ditas "golden shares" detidas pelo Estado e que lhe confere direitos de salvaguarda dos interesses de Portugal na gestão dessas empresas. O Governo PSD/CDS vai hoje, 3 de Agosto, na Assembleia-Geral de accionistas abdicar daqueles direitos.
A eliminação dos direitos que Estado tem na Galp significa:
- um roubo ao País sem que o Estado faça valer o poder que ainda tem na valorização das respectivas acções;
- que uma das maiores empresas estratégicas de Portugal corre o risco de ser convertida numa mera filial totalmente dependente do capital transnacional;
- a possibilidade de nova ofensiva contra as refinarias, as quais são de indiscutível importância estratégica para o País, de elevada criação nelas de emprego directo e indirecto, que concorrem para a dinamização de vários sectores de actividade nas regiões em que se desenvolvem, seria mais uma machadada nas exportações da produção nacional que a Galp destacadamente assegura;
- a inexistência de uma política energética nacional e o seu impacto negativo cada vez maior no preço dos combustíveis, conforme vem ficando claro com o avanço da privatização e o subsequente aumento do custo de vida e agudização da crise económica e social;
- mais uma sujeição total à ingerência estrangeira, agora capeada pelas Troikas;
- a exposição da exploração e produção de petróleo e gás natural, o seu activo mais apetecível, aos tubarões internacionais.
A retirada da influência do Estado na Galp Energia é um crime de lesa Pátria, a par de outros que hoje são lamentados com "lágrimas de crocodilo" por aqueles que os perpetraram e inclusive os apontam como as principais causas dos problemas do País. Lembremos o que se passou com as pescas e agricultura que após 1976 os sucessivos governos destruíram.
Aos políticos do PSD, CDS e PS que subscreveram o Acordo com a Troika estrangeira nós dizemos: PAREM COM A DESTRUIÇÃO DO QUE RESTA DE TÃO IMPORTANTE EM PORTUGAL!
A mudança de política para as grandes Empresas Estratégicas do Sector Empresarial do Estado é indissociável de uma outra política para o País que valorize a produção nacional, os direitos dos trabalhadores e, como resultante, o desenvolvimento económico e social.
As organizações representativas dos trabalhadores da Galp Energia