greve printer 17 março 2016A greve convocada pelo SITE-CSRA, que se realizou ontem e que deu seguimento à decisão tomada em plenário pelos trabalhadores da Printer Portuguesa, teve uma forte adesão do pessoal operário o que obrigou à paragem da produção. Segundo o sindicato o nível global de adesão foi de 95%. Esta importantíssima jornada de luta foi erguida para responder ao ataque da Administração contra os direitos e os rendimentos de quem trabalha e assim prestigia a empresa. Num comunicado aos trabalhadores, o sindicato expõe com mais detalhe os motivos desta jornada de luta, acusando a administração da Printer Portuguesa de manter um clima de confronto com os trabalhadores e com as suas estruturas representativas. No pré-aviso de greve, são indicados os objectivos da greve; pelo trabalho com direitos e direito ao trabalho; contra a diminuição dos rendimentos do trabalho; pela aplicação do contrato colectivo de trabalho e pelo cumprimento da lei; por melhores condições de vida e trabalho.

Ler comunicado aos trabalhadores, ler pré-aviso de greve.

 

A cultura de diálogo e de compromisso, adquirida ao longo dos anos na Printer Portuguesa, tem vindo a ser posta de lado pelos novos proprietários e sua administração. 

Numa postura pouco dialogante, têm vindo a adoptar medidas administrativas que se reflectem em mais prejuízos e dificuldades para os trabalhadores.

Estes patrões não admitem que, após tanto tempo sem qualquer actualização salarial, os trabalhadores se movimentem e procurem que essa actualização aconteça. Não admitem que as estruturas representativas dos trabalhadores, que a lei prevê e regula, procurem junto da administração encontrar as soluções que visem melhorar as condições de vida e de trabalho. Não admitem que, apesar das dificuldades que o sector gráfico apresenta, as soluções têm de ser encontradas com a participação dos trabalhadores, pois sempre estiveram disponíveis para colaborar, prestigiando a Printer quer nacional quer internacionalmente. Não admitem que não é da responsabilidade dos trabalhadores que as promessas que fizeram no início da sua entrada na empresa (de adaptar a Printer aos novos desafios, apostar noutros mercados e produtos) tenham falhado ou ainda não tenham começado a dar resultados.

 

O sindicato insiste que as soluções não podem passar por retirar rendimentos aos trabalhadores, pois já ganham pouco. As soluções não passam por retirar direitos aos trabalhadores, a espoliação a que foram sujeitos nestes últimos anos fez crescer o empobrecimento de quem trabalha.

Os trabalhadores não podem aceitar todas estas más decisões, que se reflectem negativamente nas suas vidas, retirando-lhes rendimentos, direitos e dignidade.

Por isso, no comunicado afirma-se a confiança em que, no dia 17, vai ser dada uma resposta muito grande a esta ofensiva, afirmando a determinação de lutar pelo direito ao trabalho e ao trabalho com direitos, pela dignidade de quem trabalha e respeito pelos trabalhadores e sua estrutura.