Na primeira reunião de negociações do AE, o C.A. apresentou uma proposta que visa “gozar com quem trabalha”. O guião desta provocação resume-se a 5 actos:

1º Salários - será que o C.A. ao apresentar uma proposta de aumento salarial de 5,1% estava a pensar em nós ou neles?

Feitas as contas concluímos que com esta percentagem ou com o valor nominal de 52 euros, continuaríamos a perder poder de compra o que, por razões óbvias, é inaceitável!

Já quanto aos membros do C.A., os 5,1% aplicados aos seus vencimentos corresponderiam a aumentos na ordem dos 250 euros, para o presidente e 225 euros para os seus colegas da administração.

Isto sem contar com as despesas de representação e outras mordomias que ultrapassam em muito os 2 mil euros mensais. Daqui se conclui que o que é bom para eles é mau para nós!

2º Proporcionais - apesar da empresa apresentar lucros, o C.A quer pagar em 3 anos a divida que tem obrigação de regularizar num só ano. Para agravar a situação, a administração continua a fugir ao pagamento dos anos que antecederam a municipalização da Carris (2017). Para o STRUP - FECTRANS é tempo da empresa acabar com os calotes e pagar a totalidade daquilo que deve aos trabalhadores.

3º Tolerância de ponto – Não é admissível que o C.A. tente pôr em causa os nossos direitos, com a ameaça da retirada das tolerâncias de ponto, caso não aceitemos a redução de 150% para 50% com 1 dia de descanso.

Era só o que faltava, o Estado dar e a administração negar as tolerâncias de ponto. Se querem poupar cortem nas despesas supérfluas e nas mordomias dos administradores e não nos direitos e rendimentos dos trabalhadores.

4º Oitavo grupo de folgas – O C.A. dando o dito por não dito, agora diz que só em janeiro de 2024, pode aplicar o novo sistema de folgas. A desculpa é de que só no final deste ano, terá o número de motoristas e guarda-freios necessário para concretizar esta medida.

Afinal o que é que andaram a fazer todo este tempo? A isto chama-se irresponsabilidade. Não brinquem com coisas sérias! Os compromissos são para cumprir. É isso que vamos continuar a exigir!

5º Passe para a área metropolitana – Esta foi a única questão em que a empresa propôs uma solução em vez de uma redução.

Comprometeu-se a propor à AML que o passe seja atribuído aos trabalhadores da Carris, nas carreiras que operam na “carris metropolitana”. Um passo que importa concretizar urgentemente e que precisa de ser complementado com o alargamento da gratuidade do transporte a outros operadores.

Estamos perante um processo negocial que começou mal e que só a união e a nossa acção poderá levar a que acabe bem!

A hora é de acção contra a exploração! Vamos à luta por melhores salários, por mais direitos e menos horários!