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Os representantes dos trabalhadores das empresas fabricantes de material eléctrico e electrónico concentram-se esta tarde, junto da sede da associação patronal do sector, Animee. No centro das reivindicações, estão o aumento real dos salários, a nego­ciação do contrato colectivo e a melhoria das condições de trabalho no sector.

Nesta concentração, de âmbito nacional, estiveram representantes dos trabalhadores de importantes multinacionais a operar em Portugal, como a Bosch Car Multimedia, a Exide Tudor Baterias, a Delphi, a Siemens, a Kemet, a GE Power Control, entre outras. Neste sector as principais multinacionais registaram em 2011 (últimos dados disponíveis) cerca de 250 milhões de euros de resultados líquidos positivos. Apesar disso, boicotam a negociação colectiva no sector.

   

 

Resolução

Pelo Aumento dos Salários, Pela Negociação do Contrato Colectivo!

O sector de Material Eléctrico e Electrónico assume um peso bastante considerável no conjunto da Indústria em Portugal.

Emprega actualmente cerca de 35 mil trabalhadores.

Nos últimos anos o fosso entre a acumulação de capital e a média dos salários praticados aumento de forma exponencial, sendo a principal causa desta situação, as inexistentes ou baixíssimas actualizações salariais, a par com a redução brutal dos níveis de emprego.

A prová-lo, é o facto de 29 empresas deste sector, nas quais se incluem as principais multinacionais  a operar em Portugal, terem registado cerca de 252,400 milhões de euros de resultado líquidos em 2011.

Trata-se pois de um aproveitamento escandaloso do contexto de crise económica, que através de benefícios e isenções fiscais provenientes do erário público, do aumento dos ritmos de trabalho, do recurso abusivo ao Lay-off, e a processos de despedimento colectivo que apesar de derrotados não escondem o comportamento de impunidade que caracteriza a presença das multinacionais no nosso país.

As multinacionais deste sector, em conjunto com a sua associação patronal, têm, a pretexto da competitividade, alimentado uma estratégia que visa rever sistematicamente a legislação laboral. Em consequência disso tem se assistido a um nivelamento por baixo das relações de trabalho, com consequências negativas para a qualidade do emprego.

Em resultado desta actuação que tem sido patrocinada por sucessivos governos da política de direita, aí está para o demonstrar o resultado da situação de desastre económico em que o país se encontra.

É neste contexto que a postura do Patronato tem assentado, em três traços: bloqueio à negociação colectiva; tentativa de não respeitar os direitos praticados que resultam da Contratação Colectiva e de práticas reiteradas nas Empresas; e a não actualização dos salários contratuais.

Tal linha de actuação, assente na política de terra queimada, está a contribuir para o aprofundamento do empobrecimento, para a diminuição da procura interna e para que mais empresas encerrem e se acentue a trajectória recessiva que atira Portugal para o desastre económico e social.

 

Neste contexto, os representantes dos trabalhadores reunidos junto da seda da associação patronal exigem:

1- A resposta à proposta de revisão do CCTV, em particular, a referente ao aumento dos salários e restantes matérias de expressão pecuniária, e que esta tenha em conta o brutal aumento do custo de vida dos trabalhadores;

2 - A normalização do processo negocial do Contrato Colectivo de Trabalho celebrado entre aquela associação e os Sindicatos da FIEQUIMETAL, bem como a aplicação integral dos seus direitos nas empresas;

3 - Manter a exigência da actualização dos salários, em cada empresa, caso a associação patronal não assuma as suas responsabilidades em matéria de negociação colectiva.

Lisboa, 9 de Abril de 2013.

FIEQUIMETAL - Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas