No dia em que a Maternidade Alfredo da Costa (MAC) assinala o seu 80º aniversário, os Sindicatos dos Enfermeiros Portugueses (SEP), dos Trabalhadores das Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA) e dos Médicos da Zona Sul (SMZS) reafirmam o seu apoio à manutenção desta maternidade e a sua solidariedade pelos trabalhadores desta casa. A MAC é a maior unidade assistencial de Medicina Perinatal e de Saúde da Mulher no País e constitui uma referência no plano nacional e internacional. Reafirmamos que é uma instituição pública conhecida pelo seu elevado nível de diferenciação e excelência fruto de equipas multidisciplinares altamente especializadas.
Contrariando as afirmações do Ministério da Saúde e do actual Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC), EPE:
1 – A baixa taxa de natalidade não pode justificar o encerramento de serviços. Ela é consequência das políticas desastrosas seguidas pelos últimos Governos que originaram um elevado número de desempregados, a generalização da precariedade, a ampliação da emigração (sobretudo dos jovens) e os baixos rendimentos;
2 - É na MAC que ocorre o maior número de nascimentos do país, onde é assistido o maior número de bebés prematuros e onde existe o maior centro público de Medicina Reprodutiva. É também um local de excelência nos domínios da formação e investigação;
3 – A MAC está integrada no CHLC que permite e potencia a articulação integrada de todas as especialidades. A desarticulação das equipas multidisciplinares experientes afectará gravemente a qualidade dos serviços prestados.
Numa altura em que são impostos grandes sacrifícios aos portugueses, é inadmissível que o Governo pretenda o encerramento da maior maternidade do País, colocando em causa centenas de postos de trabalho. Esta pretensão não serve os interesses dos Utentes nem do Serviço Nacional de Saúde. Interrogamo-nos se este facto não estará intimamente associado aos grandes interesses do Sector Privado. Desde a primeira hora, os trabalhadores e a população responderam através da luta pela defesa da MAC, em acções como o Cordão Humano à volta da maternidade, a Marcha realizada até o Ministério da Saúde, trabalhadores, utentes e a população em geral uniram-se e mobilizaram-se para defender a MAC. Foram ainda recolhidas 14 mil assinaturas em postais de apoio a esta causa, criando uma enorme onda de solidariedade muito grande.
